“O prazer da comida é o único que, desfrutado com moderação, não acaba por cansar”

Brillat-Savarin


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Tributo a Santi Santamaria

A minha experiência com este chefe catalão começou em Madrid. O Sant Celoni, na Castelhana.
Dessa noite gelada, mais do que os sabores, retenho na memória, a excelência do serviço e uma lagosta que...não foi servida!
- Pedimos desculpa, mas vamos demorar mais 20 minutos, porque a lagosta não saiu como queríamos.
Um ou dois anos mais tarde, estive na Catalunha para jantar no El Bulli de Adriá. Jantar único, experiência e sabores de uma vida.
Aproveitei a deslocação para subir aos céus no prazer da mesa. No dia a seguir, lá estava a reserva feita para o Can Fabes, de Santi Santamaria, em Sant Celoni; e a descer na escala das estrelas Michelin - que, à época, os irmãos Roca eram ainda injustiçados -, marquei também no mapa El Celler de Can Roca, em Girona.
Bem sei que Santi Santamaria e Adriá se desfizeram numa guerra de tachos; insulto aqui ou ali, não consigo ser árbitro no tira-teimas. Um, clássico, o outro, pós-moderno. Imagino um, de avental, junto a um grande fogão de cozinha, de garfo ou colher na boca, a dosear o sal ou a pimenta. O outro, irreverente, a fazer rebentar foguetes – ou, no caso, pipocas -, a gozar com a minha cara de espanto.
Vivi uma noite memorável no El Bulli, certo. Mas bem mais aconchegante e terrena, foi a noite seguinte, em Sant Celoni. Guardo as imagens e o desejo de voltar para provar a herança.













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